Durante décadas, a China foi receptora dos produtos e peças fora de uso da indústria eletrônica mundial. Agora, apesar das novas regulamentações que restringem a entrada desses materiais, o país enfrenta a árdua tarefa de processar milhões de toneladas de resíduos nocivos para o meio ambiente e a saúde.
Por Mitch Moxley, na agência IPS
A China, onde a cada dia aumenta a venda de produtos eletrônicos, gera 2,3 milhões de toneladas de dejetos ao ano, segundo informe divulgado no ano passado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
É superada apenas pelos Estados Unidos, que produzem três milhões de toneladas ao ano que, em grande parte, acabam na China, onde agora está proibido importar dejetos, mas é tolerado.
Este país carece de centros de reciclagem, apesar das melhorias dos últimos anos, e recorre a métodos prejudiciais para o meio ambiente. Alguns dejetos eletrônicos são queimados e uma grande quantidade de materiais perigosos acaba abandonada sem tratamento, segundo informe do China Environment News (Notícias Ambientais da China). “A China ainda não possui um sistema adequado para reciclar e gerir o lixo eletrônico”, disse à IPS o pesquisador Peng Ping’an, do Instituto Cantonês de Geoquímica, da Academia de Ciências Sociais. “Grandes quantidades são diretamente queimadas ou desmontadas em locais sem autorização”, afirmou. E os dejetos continuam se acumulando.
A previsão é de que, este ano, serão produzidos 3,5 milhões de toneladas, de acordo com um estudo do China Construction News (Notícias sobre Construção da China), do Ministério da Habitação e do Desenvolvimento. Fonte: Envolverde